Definição:
Incidente ocorrido ao longo de uma semana, com imagens de radiografia ou tomografia computadorizada de tórax sugestivas de infiltrações bilaterais que não podem ser explicadas isoladamente por efusão, pneumotórax ou nódulos, com edema pulmonar sem relação com insuficiência cardíaca aguda ou sobrecarga de volume.
Fisiopatologia:
Se dá através de um processo inflamatório, secundário a danos locais ou sistêmicos, com repercussão sobre a membrana alvéolo-capilar pulmonar, que resulta em um aumento da permeabilidade vascular local com consequente edema intersticial e alveolar.
Classificação:
Leve: Pressão arterial parcial de oxigênio (PaO2)/ concentração inspirada fracionada de oxigênio (Fio2) = 200 - 299 mmHg e pressão positiva expiratória final (PEEP) / pressão positiva contínua nas vias aéreas (CPAP) maior igual 5cm H2O;
Moderado: PaO2 / FIO2 = 100 - 199mmHg e PEEP maior igual 5cm H2O;
Grave: PaO2 /FIO2 menor igual 100mmHg e PEEP maior igual 5cm H2O.
Sinais e Sintomas
- Taquipneia.
- Taquicardia.
- Dispneia.
- Queda de saturação.
- Uso da musculatura acessória.
- Redução dos murmúrios vesiculares.
- Queda de saturação refratária à suplementação de oxigênio.
- Necessidade de pressão ventilatórias altas.
- Atelectasias ao exame físico.
Anamnese e Exame Físico
Durante a anamnese, é importante questionar sobre doenças preexistentes, principalmente doenças cardiovasculares, grandes cirurgias, processos inflamatórios em curso, inalação de toxinas, traumas torácicos, tabagismo, broncoaspiração, doença respiratória prévia.
Durante o exame físico, é importante avaliar a ausculta pulmonar, exame físico cardiovascular e nível de consciência.
Informações sobre o Tratamento
- Tratar fator causal.
- Considerar ventilação não invasiva nos casos mais leves.
- Intubação orotraqueal nos casos mais graves.
- Ventilar com PEEP elevada, para diminuir risco de atelectasia.
- Permitir hipercapnia permissiva.
- Tolerar volume corrente entre 3 e 6 ml/kg
- Tolerar PaO2 acima de 60 mmHg
- Relação I:E entre 1 e 1:3.
- Considerar recrutamento alveolar, caso o paciente tenha estabilidade hemodinâmica.
- Considerar posição prona.
- Considerar circulação por membrana extracorpórea (ECMO).
- Bloqueio neuromuscular.
- Corticoide sistêmico
- Considerar surfactação.
Diagnóstico de Enfermagem
- Permeabilidade das vias aéreas prejudicada.
- Troca gasosa ineficaz.
- Risco de choque.
Intervenções de Enfermagem
- Ofertar oxigênio suplementar (se estiver em ventilação espontânea).
- Elevar cabiceira.
- Considerar posição prona: alternar entra prona e supina a cada 12h.
- Evitar aspiração do tubo orotraqueal, se PEEP maior 8,0 mmHg.
- Se necessária aspiração do TOT, dar preferência para sistema fechado de aspiração.
- restrição hídrica severa.
Exames Complementares
Radiografia de tórax e gasometria arterial são os exames complementares mais importantes no acompanhamento do paciente com SDRA.
Referências Bibliográficas
Papazian et al. Formal Guidilines: management of Acute respiratory Distress Syndrome Ann. Intensive Care 2019; 9:69
Raniere VM, Rubenfeld GD, Thompson BT, Ferguson ND, Caldwell E, Fan E, et al. Acute respiratory distress syndrome: the Berlin Defnition. JAMA. 2012;307(23):2526-33.
Laffey et al. LUNG SAFE Investigators and the ESICM Trials Group. Potentially modifiable factors contributing to outcome from acute respiratory distress syndrome: the LUNG SAFE study. Intensive Care Med. 2016 Dec;42(12):1865-1876. Epub2016 Oct 18.
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